Política e Estado em Marx (Estrutura e Superestrutura)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Para o esclarecimento da negatividade de política e Estado no pensamento de Marx, é preciso compreender alguns conceitos básicos a respeito da teoria marxiana, entre alguns de suma importância estão à estrutura e superestrutura.

“Na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral”. (MARX, 1859: Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política).


A estrutura corresponde as (forças produtivas e relações sociais de produção) que constituem a base econômica, sendo um fator determinante para a produção da vida social no qual Marx nomeia de superestrutura – ideologia, Estado, política, religião, jurisprudência, instituições e outras várias instâncias que compõem a organização social. A figura mostra essa esquematização.


Formação Econômica do Brasil

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Para quem tem interesse em estudar/pesquisar contextos referentes a formação econômica do Brasil, sugiro um clássico, um grande legado deixado por Celso Furtado, sua grande obra "Formação Econômica do Brasil". Analisando a conjutura política, social e econômica do Nordeste colonial alguns pontos destacados facilitará o seu entendimento acerca desse complexo econômico colonial nordestino, seu êxito e declínio. Destacamos:

1. Da expansão comercial á empresa agrícola

Descobrimento das terras da América;
Ameaça de invasões por outras nações;
Ocupação das novas terras (Brasil) pelo domínio de Portugal;

2. Fatores de êxito da empresa agrícola

Conhecimento de técnicas do cultivo do açucar;
Mercado da mão-de-obra escrava;
Expansão do mercado;

3. Razões do monopólio

Aumento do poder econômico da Espanha;
Inflação devido ao grande afluxo de metais (Europa);
Decadência da economia espanhola;

4. Desarticulação do sistema

Conflito entre Holanda e Espanha;
Produção açucareira na região do Caribe pelos holandeses;
Queda vertiginosa do preço do açúcar;

5. Conseqüências da penetração do açúcar nas Antilhas

Decadência do sistema de colônias de povoamento nas Antilhas devido a produção do açúcar;
Capital holandês nas colônias de povoamento;
Economia auto-suficiente na América do norte;

6. Capitalização e nível de renda na colônia açucareira

Ampliação da mão-de-obra escrava;
Concentração da renda na classe dos proprietários de engenhos (90%);
Grande quantidade de transferência da renda da colônia para o exterior;

7. Fluxo de renda e crescimento

Baixíssimo fluxo de renda;
A produção dependia do mercado externo;

8. Projeção da economia açucareira: a pecuária

Evitar o surgimento de qualquer atividade econômica na colônia a fim de evitar a concorrência com a metrópole;
Ocupação das terras do interior devido atividade criatória de gado;
Atividade criatória de gado se classificava com uma atividade apenas de subsistência, subordinada a economia açucareira;

9. Formação do complexo econômico nordestino

Redução da renda real;
Custo do transporte do gado;
O couro passou a ser a única fonte de renda monetária destes últimos criadores;